domingo, 20 de setembro de 2015

Conversa Animada: Matheus Vianna fala sobre a premiação de Alegoria da Dor no LABRFF

Alegoria da Dor, curta do cineasta Matheus Vianna, tendo como atriz Naia Pratta, sua esposa, ganhou o prêmio de Melhor Curta no 8º LABRFF - Los Angeles Brazilian Film Festival. Esta não é a primeira vez do diretor no festival, em 2010 ele participou com Pares e Berço Esplêndido. O Curtas do Audiovisual teve uma pequena conversa animada com o cineasta, que atualmente está desenvolvendo seu primeiro longa de ficção. Nesta seara, mais uma notícia boa, o projeto foi contemplado no Prodav 5, resultado divulgado na semana passada. Dêem uma sacada! 

Foto:divulgação
CA– Alegoria da Dor é lírico, um cinema poético. O que representou para vocês a conquista desse primeiro prêmio para o filme? 
MV– Estamos muito felizes. O texto que li no LABRFF acho que responde exatamente a essa questão. Consideramos o filme uma metáfora sobre os ciclos da vida, ele usa a saudade como trampolim para falar do fluxo de sentimentos que vivemos a cada dia. Dor, dúvida, desejo, mágoa, alegria, festejo. É um filme que brota das vísceras de várias Naias. Da Naia atriz, Naia mãe, Naia neta, Naia palhaça, da Naia Pratta. Uma filmoterapia feita a quatro mãos e muitos corações. E é nesse cinema que acreditamos. Gratidão especial ao nosso filho Diogo, nosso grande professor, que nos ensinou a ouvir o silêncio, e assim, projetar a vida nas telas de uma forma muito especial.

CA– Quais os próximos passos com o curta, o que vocês andam pensando para o filme? 
MV- Esse foi o primeiro passo do filme na carreira de festivais. O circuito de festivais é a principal janela para os curtas, por isso, esperamos estar presentes em mais alguns que consideramos fundamentais, assim como o LABRFF. 

CA- Previsão de exibição para Salvador? 
MV- Estamos aguardando ansiosos o resultado de alguns festivais onde inscrevemos o filme.


CA- Você ganhou recentemente o PRODAV 5, o que vem por aí? 
MV- A repercussão do Alegoria trouxe estímulo ainda maior para os próximos projetos. Nos planos a curto e médio prazo estão: 01 curta de ficção, 02 longas e uma performance multimídia. Entramos agora em outubro na fase de montagem de Xorume, onde um grupo de entidades do under soteropolitano tenta sobreviver diante da maquiagem urbana que os sufoca. Esse longa ficcional é realizado pelo Coletivo Inconsequências, a produtora é a Cavalo do Cão. A previsão de estreia é para 2016. 

CA– O que é e quem faz o Coletivo Inconsequências? 
MV- O projeto do Coletivo Inconsequências é capitaneado por mim e Daniel Lisboa da Cavalo do Cão Filmes, e agrega importantes nomes da cena cultural da Bahia. Com intuito principal de fomentar a prática cinematográfica e a integração das manifestações artísticas, o coletivo se debruça no conceito de cinema de precipício. A proposta é reunir um grupo de pessoas interessadas na produção cinematográfica (profissionais, iniciantes, simpatizantes e afins) em dinâmicas que fujam da burocracia e formalidade da cadeia produtiva tradicional do cinema. O objetivo é a prática cinematográfica livre, criativa, sem amarras e sem hierarquia. Nosso primeiro produto  é o filme “Xorume”. 

CA- E O mar que mora em mim? Fale mais sobre ele. 
MV- Com ele ganhamos o PRODAV 5 para desenvolvimento de projetos. Também é um longa de ficção, roteiro meu e do Victor Uchôa, sob minha direção. Conta a história de um jovem angolano, Miguel Muanda, que  sonha em deixar Luanda e tentar a sorte no futebol. Naia Pratta fará a assistência de direção. 

CA– Você falou anteriormente que acreditava numa filmoterapia, um cinema a quatro mãos, quando se referiu a Alegoria da Dor. Que seria esse cinema exatamente?
MV- Um cinema de sensações que toque o silêncio. Um cinema coletivo, inquieto e provocativo. É esse cinema move nosso desejo de compartilhar histórias. E assim seguimos, enfrentando e convertendo nossos fantasmas em imagens e sons. 


Comemorando o prêmio de Melhor Curta do LABRFF
C.A.

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